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Gestão em Pauta #10: RJs em andamento e (muita) paciência

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Fevereiro está chegando ao fim e notícias de recuperações judiciais ainda enchem o noticiário e pautam conversas do mercado. Após 2023 encerrar com número de pedidos recorde de RJ por empresas brasileiras, a expectativa ainda é de alta para este ano, embora muitos negócios não tenham a real noção de quão complexo, longo e árduo é esse processo.

No caso da Gol, tema da newsletter de janeiro, a companhia acaba de conseguir a prorrogação de mais 30 dias para a devolução de aeronaves a um de seus arrendadores, a irlandesa AerCap, após o primeiro prazo ter encerrado em 25 de fevereiro – de acordo com o processo de RJ, as aéreas não podem ter seus aviões tomados ou sofrer a execução de débitos neste período. Agora, ambas as empresas aceitaram prorrogar a tomada das aeronaves por mais um mês. No aguardo por outras unidades estão também Latam e Arajet.

Outro caso emblemático é o das Americanas, que teve seu plano de RJ homologado apenas em 26 de fevereiro pela Justiça, ainda que os primeiros sinais de problemas tenham sido identificados em janeiro de 2023. Somente a partir de março, portanto, que o cronograma de pagamentos a credores será colocado em prática, além de outros passos para a reestruturação da rede, que acumulou prejuízo de R$1,5 bilhão de janeiro a setembro, antes de juros, impostos, amortização e depreciação.

Enquanto espera iniciar medidas para sustentar a operação no curto prazo, a empresa tem lidado com situações incômodas. Segundo levantamento do Valor Econômico, por exemplo, o passivo a descoberto (ou patrimônio líquido negativo) da empresa somou, no fim de setembro, o valor de R$31,2 bilhões, o maior entre as empresas de capital aberto no País. Em paralelo, a empresa pediu que a S&P Global Ratings retirasse a nota de crédito global "D" e a nacional "D" após mudanças em diretrizes corporativas. Já sobre vendas, o acumulado de R$10,3 bilhões (janeiro a dezembro), uma queda de 45%, mostra que a Americanas não pertence mais ao "top 10" das varejistas.

Em resumo, embora o governo esteja trabalhando para a redução de juros e para o crescimento econômico por meio de diversas iniciativas, os negócios seguem em dificuldades e precisam de ajuda para virar o jogo, seja por meio da renegociação de dívidas ou da conquista de linhas de créditos especiais, por exemplo. Porém, o mais importante é que as empresas sejam sensíveis e não esperem o pior cenário para buscar essa ajuda. Essa situação fica ainda pior quando há possibilidade de pedido de recuperação judicial, estratégia que precisa de consultoria especializada e (muita) paciência.

Boa leitura!

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